domingo, 14 de dezembro de 2025

Trump e Hegseth negam conhecimento de ataque a barco de drogas

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[email protected] 2 semanas atrás - 3 minutos de leitura

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, tentaram se desvincular da decisão de lançar um segundo ataque contra uma embarcação suspeita de traficar drogas no Caribe. Ambos afirmaram que não estavam cientes das ações militares após o primeiro ataque, que não resultou na morte de todos os ocupantes do barco.

Durante uma reunião do gabinete, Trump declarou que não foi consultado sobre as operações e que, mesmo meses depois, ainda não havia sido devidamente informado sobre as circunstâncias que cercavam os ataques. Ele enfatizou que não tinha conhecimento do segundo ataque e que a situação estava fora do seu controle, embora tenha mencionado que confiava em Hegseth para se manter informado.

Hegseth, por sua vez, disse que não teve papel ativo na decisão de atingir os sobreviventes da embarcação, alegando que delegou as decisões operacionais ao almirante Frank M. “Mitch” Bradley e que saiu da sala antes de saber que alguns ocupantes do barco haviam sobrevivido. Ele assistiu ao primeiro ataque ao vivo, mas não acompanhou o desdobramento seguinte, que envolveu a exploração e análise do local.

Embora tanto Trump quanto Hegseth tenham defendido as ações de Bradley como corretas e dentro da autoridade legal do governo, o atentado gerou críticas e preocupações sobre a legalidade da operação. Hegseth prometeu que a administração apoiaria Bradley, justificando as ações necessárias para combater o tráfico de drogas, mesmo que isso envolvesse decisões difíceis.

No entanto, tanto políticos do partido republicano quanto do partido democrata expressaram sérias dúvidas sobre a legalidade do ataque. O senador Roger Wicker, que preside o Comitê de Serviços Armados do Senado, afirma que será realizada uma investigação rigorosa sobre a decisão de atacar os sobreviventes, depois que reportagens revelaram que a operação pode ter ultrapassado os limites aceitáveis de ação militar.

O senador Jack Reed, líder democrata no comitê, insinuou que o governo pode estar tentando encobrir informações e se mostrou cético em relação à transparência do caso. Por sua vez, Trump reiterou que sua administração está comprometida em lidar com o tráfico de drogas no Caribe, mesmo que não tenha conhecimento detalhado sobre os ataques em questão.

Além disso, Trump indicou que planeja autorizar ataques a alvos dentro da Venezuela, o que representaria uma escalada significativa nas ações militares até então restritas a águas internacionais. Ele afirmou que será mais “fácil” atacar traficantes em solo venezuelano e não descartou a possibilidade de ampliar as operações a outros países se considerados ameaças ao território americano.

A complexidade da situação e as tensões em torno das operações militares ressaltam a necessidade de um escrutínio mais detalhado sobre as decisões tomadas e suas justificativas.

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