quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Presente chinês na COP-30 provoca reação entre evangélicos

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[email protected] 6 dias atrás - 3 minutos de leitura

Durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), que ocorreu em Belém, um presente proveniente da China gerou polêmica entre alguns grupos evangélicos no Brasil. A escultura, intitulada “Espírito Guardião Dragão-Onça”, criada pela artista Huang Jian, representa um dragão chinês, que tem chifres e dentes que lembram os da onça-pintada, uma espécie icônica do Brasil. O dragão está abraçando um globo com a inscrição COP-30, e essa imagem provocou reações negativas, sendo vista por alguns evangélicos como um símbolo do mal.

A prefeitura de Belém, responsável pela divulgação do presente, afirmou que a escultura une dois símbolos importantes: o dragão, representante da cultura chinesa, e a onça-pintada, que simboliza a biodiversidade amazônica. A obra foi instalada durante o evento Freezone Cultural Action, que aconteceu em paralelo à COP-30, no dia 16 de outubro. Após a conclusão do evento, está prevista a permanência da estátua em uma área pública na capital paraense, como guardiã da floresta tropical.

Segundo informações do governo chinês, a fusão do dragão e da onça-pintada simboliza a parceria entre Brasil e China em relação à proteção das florestas tropicais e à agenda climática global. O dragão chinês é um elemento cultural de grande importância, associado à sabedoria, força e prosperidade, enquanto a onça-pintada é o maior felino das Américas e representa a riqueza da biodiversidade brasileira.

Entretanto, a escultura gerou descontentamento nas redes sociais, particularmente entre os evangélicos, que expressaram sua desaprovação em comentários. Muitos internautas relacionaram a imagem do dragão a aspectos demoníacos. O apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, publicou no Instagram que a escultura, embora apresentada como símbolo de cooperação, traz um dragão com chifres que, segundo sua interpretação bíblica, é um símbolo de engano e poder contrário a Deus. Sua postagem acumulou milhares de interações, com muitas pessoas afirmando que “o Brasil é do Senhor” e pedindo pela intervenção divina.

Outros usuários também questionaram a decisão de manter a escultura no Brasil, e alguns sugeriram ações drásticas, como a queima da obra. O pastor Wagner Malagues Santos, em sua rede social, fez uma conexão entre a escultura e profecias apocalípticas, ressaltando a urgência de alerta à comunidade religiosa. Sua postagem gerou um grande número de comentários, muitos deles relacionados à vinda de figuras apocalípticas.

Esse episódio revela não apenas a sensibilidade religiosa em relação a manifestações artísticas, mas também a complexidade das relações culturais entre diferentes países em um evento internacional voltado para a discussão de questões climáticas.

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