Carbonatação: corrosão do concreto por gás carbônico do ar
Entenda como a Carbonatação: corrosão do concreto por gás carbônico do ar reduz a proteção das armaduras e saiba ações práticas para identificar e controlar o problema.
Você já notou fissuras no concreto ou ferrugem na armação de uma viga e ficou sem saber o que fazer? A carbonatação é uma das causas mais comuns de deterioração em estruturas de concreto. Ela age silenciosa, reduzindo o pH do cobrimento e deixando o aço vulnerável à corrosão.
Neste artigo eu vou explicar de forma direta o que é carbonatação, como o gás carbônico do ar provoca a corrosão do concreto, como identificar sinais precoces e quais intervenções funcionam na prática. Ao final você terá uma lista de passos para inspecionar e proteger suas estruturas.
O que este artigo aborda:
- O que é carbonatação e por que importa
- Como o gás carbônico do ar causa corrosão do concreto
- Fatores que aceleram a carbonatação
- Sinais visuais e testes simples
- Como fazer o teste de fenolftaleína
- Consequências estruturais
- Prevenção e controle: ações práticas
- Reparos quando a carbonatação já avançou
- Plano de inspeção recomendado
- Exemplo prático
- Resumo rápido
O que é carbonatação e por que importa
Carbonatação é o processo químico em que o dióxido de carbono do ar reage com os componentes alcalinos do cimento. Com o tempo, essa reação reduz o pH do concreto.
Quando o pH cai abaixo de um certo nível, a camada passiva que protege o aço desaparece. Aí começa a corrosão das armaduras, com expansão do material corroído e aparecimento de fissuras no cobrimento.
Como o gás carbônico do ar causa corrosão do concreto
O gás carbônico do ar penetra pelo poro do concreto. Ele reage principalmente com o hidróxido de cálcio e com os silicatos hidratados do cimento.
O resultado é formação de carbonatos e diminuição da alcalinidade. Esse processo progride da superfície para o interior, dependendo da porosidade e do tempo de exposição.
Fatores que aceleram a carbonatação
- Umidade: A presença de umidade facilita a difusão do gás carbônico e as reações químicas.
- Porosidade: Concretos mais porosos permitem maior penetração do gás carbônico do ar.
- Baixo cobrimento: Menos camada de proteção acelera a chegada da carbonatação até a armadura.
- Clima: Regiões com variações de umidade e CO2 elevado tendem a ter carbonatação mais rápida.
Sinais visuais e testes simples
Nem sempre a carbonatação é visível logo de início. Mas alguns sinais ajudam a suspeitar do problema.
- Fissuras e desprendimento do cobrimento: Indicam expansão por corrosão das armaduras.
- Manchas de ferrugem no concreto: Resultado do transporte de óxidos até a superfície.
- Testes de pH: O método de fenolftaleína é barato e indica perda de alcalinidade.
Como fazer o teste de fenolftaleína
- Remova uma pequena área do cobrimento até expor o concreto fresco.
- Aplique solução de fenolftaleína. Se ficar rosa, o pH está alto; se não mudar, há carbonatação.
- Registre a profundidade onde a mudança deixou de ocorrer. Isso indica a frente de carbonatação.
Consequências estruturais
Quando a armadura começa a corroer, a seção de aço diminui e perde aderência com o concreto. O processo pode levar à perda de capacidade resistente da peça.
Além do risco estrutural, a aparência e a durabilidade da construção ficam comprometidas, aumentando o custo de manutenção ao longo da vida útil.
Prevenção e controle: ações práticas
A prevenção começa na fase de projeto e execução. Um bom traço, adensamento correto e cobrimento adequado fazem grande diferença.
- Especificar cobrimento adequado: Siga normas para garantir a proteção do aço.
- Reduzir permeabilidade: Use dosagens e aditivos que diminuam porosidade.
- Controle de cura: Cura eficiente reduz microfissuras e aumenta resistência ao CO2.
- Barreiras superficiais: Revestimentos e impermeabilizantes retardam a penetração do gás carbônico do ar.
Reparos quando a carbonatação já avançou
- Remover o concreto deteriorado até encontrar material sadio.
- Tratar a armadura, removendo ferrugem e aplicando passivantes se necessário.
- Aplicar argamassa de reparo compatível e recompor o cobrimento.
- Considerar aplicação de proteção superficial para retardar nova carbonatação.
Plano de inspeção recomendado
Um plano simples ajuda a monitorar a velocidade da carbonatação e decidir ações antes que o problema se agrave.
- Inspeção visual anual: Procure fissuras, manchas e desplacamento.
- Teste de pH a cada 3-5 anos: Avalie a profundidade da frente de carbonatação.
- Registro contínuo: Documente medições para estimar taxa de avanço.
Exemplo prático
Imagine um edifício com 30 anos, localizado em área urbana. O cobrimento das vigas é menor que o recomendado e o concreto apresenta microfissuras por vibração de tráfego.
Aplicando o teste de fenolftaleína, a frente de carbonatação aparece a 8 mm da superfície, enquanto a armadura está a 12 mm. A correção típica inclui abrir 5 mm além da área carbonatada, tratar a armadura e recompor o cobrimento, além de aplicar um sistema de proteção superficial.
Resumo rápido
Carbonatação: corrosão do concreto por gás carbônico do ar é um processo químico que reduz a alcalinidade e expõe o aço à corrosão.
Com inspeção e medidas preventivas é possível controlar a velocidade do dano e reduzir custos de reparo.
Se você quer começar agora, faça uma inspeção visual, execute um teste simples de pH e planeje intervenções conforme os resultados. Para se aprofundar em estudos de caso e materiais de reparo, leia mais posts como este.