sábado, 11 de outubro de 2025

Carbonatação: corrosão do concreto por gás carbônico do ar

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[email protected] 4 dias atrás - 5 minutos de leitura
Carbonatação: corrosão do concreto por gás carbônico do ar
Carbonatação: corrosão do concreto por gás carbônico do ar

Entenda como a Carbonatação: corrosão do concreto por gás carbônico do ar reduz a proteção das armaduras e saiba ações práticas para identificar e controlar o problema.

Você já notou fissuras no concreto ou ferrugem na armação de uma viga e ficou sem saber o que fazer? A carbonatação é uma das causas mais comuns de deterioração em estruturas de concreto. Ela age silenciosa, reduzindo o pH do cobrimento e deixando o aço vulnerável à corrosão.

Neste artigo eu vou explicar de forma direta o que é carbonatação, como o gás carbônico do ar provoca a corrosão do concreto, como identificar sinais precoces e quais intervenções funcionam na prática. Ao final você terá uma lista de passos para inspecionar e proteger suas estruturas.

O que este artigo aborda:

O que é carbonatação e por que importa

Carbonatação é o processo químico em que o dióxido de carbono do ar reage com os componentes alcalinos do cimento. Com o tempo, essa reação reduz o pH do concreto.

Quando o pH cai abaixo de um certo nível, a camada passiva que protege o aço desaparece. Aí começa a corrosão das armaduras, com expansão do material corroído e aparecimento de fissuras no cobrimento.

Como o gás carbônico do ar causa corrosão do concreto

O gás carbônico do ar penetra pelo poro do concreto. Ele reage principalmente com o hidróxido de cálcio e com os silicatos hidratados do cimento.

O resultado é formação de carbonatos e diminuição da alcalinidade. Esse processo progride da superfície para o interior, dependendo da porosidade e do tempo de exposição.

Fatores que aceleram a carbonatação

  • Umidade: A presença de umidade facilita a difusão do gás carbônico e as reações químicas.
  • Porosidade: Concretos mais porosos permitem maior penetração do gás carbônico do ar.
  • Baixo cobrimento: Menos camada de proteção acelera a chegada da carbonatação até a armadura.
  • Clima: Regiões com variações de umidade e CO2 elevado tendem a ter carbonatação mais rápida.

Sinais visuais e testes simples

Nem sempre a carbonatação é visível logo de início. Mas alguns sinais ajudam a suspeitar do problema.

  • Fissuras e desprendimento do cobrimento: Indicam expansão por corrosão das armaduras.
  • Manchas de ferrugem no concreto: Resultado do transporte de óxidos até a superfície.
  • Testes de pH: O método de fenolftaleína é barato e indica perda de alcalinidade.

Como fazer o teste de fenolftaleína

  1. Remova uma pequena área do cobrimento até expor o concreto fresco.
  2. Aplique solução de fenolftaleína. Se ficar rosa, o pH está alto; se não mudar, há carbonatação.
  3. Registre a profundidade onde a mudança deixou de ocorrer. Isso indica a frente de carbonatação.

Consequências estruturais

Quando a armadura começa a corroer, a seção de aço diminui e perde aderência com o concreto. O processo pode levar à perda de capacidade resistente da peça.

Além do risco estrutural, a aparência e a durabilidade da construção ficam comprometidas, aumentando o custo de manutenção ao longo da vida útil.

Prevenção e controle: ações práticas

A prevenção começa na fase de projeto e execução. Um bom traço, adensamento correto e cobrimento adequado fazem grande diferença.

  • Especificar cobrimento adequado: Siga normas para garantir a proteção do aço.
  • Reduzir permeabilidade: Use dosagens e aditivos que diminuam porosidade.
  • Controle de cura: Cura eficiente reduz microfissuras e aumenta resistência ao CO2.
  • Barreiras superficiais: Revestimentos e impermeabilizantes retardam a penetração do gás carbônico do ar.

Reparos quando a carbonatação já avançou

  1. Remover o concreto deteriorado até encontrar material sadio.
  2. Tratar a armadura, removendo ferrugem e aplicando passivantes se necessário.
  3. Aplicar argamassa de reparo compatível e recompor o cobrimento.
  4. Considerar aplicação de proteção superficial para retardar nova carbonatação.

Plano de inspeção recomendado

Um plano simples ajuda a monitorar a velocidade da carbonatação e decidir ações antes que o problema se agrave.

  • Inspeção visual anual: Procure fissuras, manchas e desplacamento.
  • Teste de pH a cada 3-5 anos: Avalie a profundidade da frente de carbonatação.
  • Registro contínuo: Documente medições para estimar taxa de avanço.

Exemplo prático

Imagine um edifício com 30 anos, localizado em área urbana. O cobrimento das vigas é menor que o recomendado e o concreto apresenta microfissuras por vibração de tráfego.

Aplicando o teste de fenolftaleína, a frente de carbonatação aparece a 8 mm da superfície, enquanto a armadura está a 12 mm. A correção típica inclui abrir 5 mm além da área carbonatada, tratar a armadura e recompor o cobrimento, além de aplicar um sistema de proteção superficial.

Resumo rápido

Carbonatação: corrosão do concreto por gás carbônico do ar é um processo químico que reduz a alcalinidade e expõe o aço à corrosão.

Com inspeção e medidas preventivas é possível controlar a velocidade do dano e reduzir custos de reparo.

Se você quer começar agora, faça uma inspeção visual, execute um teste simples de pH e planeje intervenções conforme os resultados. Para se aprofundar em estudos de caso e materiais de reparo, leia mais posts como este.

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