A Polícia Federal vai interrogar o ex-banqueiro Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, na tarde desta terça-feira. Esses depoimentos são parte da investigação em curso sobre irregularidades no banco Master.
Após os depoimentos, a delegada responsável pode decidir por uma acareação, onde os envolvidos serão colocados frente a frente para esclarecer possíveis contradições. É importante ressaltar que Ailton de Aquino Santos, o representante do Banco Central, não é um dos investigados.
O ministro Dias Toffoli, que supervisiona o caso no Supremo Tribunal Federal, inicialmente tinha determinado que a acareação fosse feita antes dos depoimentos. No entanto, na segunda-feira, ele mudou de ideia e deixou essa decisão por conta da Polícia Federal, acreditando que a delegada poderia avaliar melhor a necessidade desse confronto.
A acareação é uma ferramenta utilizada para resolver divergências em depoimentos, ajudando a identificar a versão mais precisar dos fatos. O objetivo é garantir que as declarações de acusados, vítimas e testemunhas estejam alinhadas, contribuindo para uma decisão justa.
Desde dezembro do ano passado, todas as ações e diligências relacionadas à investigação sobre o banco Master e o ex-banqueiro Vorcaro precisam ser avaliadas pelo ministro Toffoli, conforme sua própria determinação.
As investigações indicam que, antes da formalização da venda do banco Master, houve uma fraude envolvendo a criação e venda de cerca de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito consignado para o BRB. Deste total, R$ 6,7 bilhões corresponderiam a contratos falsos e R$ 5,5 bilhões a prêmios relacionados ao valor que as carteiras deveriam ter, além de bônus adicionais.
O escândalo levou à liquidação do banco Master em 18 de novembro e resultou na prisão de Daniel Vorcaro, seu controlador, que ficou detido por 12 dias. Atualmente, ele está sob monitoramento eletrônico.