quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Shih-Ching Tsou usa iPhone 13 para filmar ‘Left-Handed Girl’

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[email protected] 25 segundos atrás - 3 minutos de leitura

Em uma conversa no Festival de Cinema de Deauville, a cineasta taiwanesa Shih-Ching Tsou discutiu seu filme “Left-Handed Girl”, que foi escolhido como a candidatura de Taiwan ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Longa-Metragem Internacional e está disponível na Netflix. Este longa marca a estreia solo de Tsou como diretora, depois de anos de parceria com Sean Baker, renomado cineasta indicado ao Oscar.

“Left-Handed Girl” foi escrito em 2010, mas só entrou em produção em 2022 devido a atrasos financeiros. Tsou mencionou que esse tempo foi crucial para a evolução do filme, afirmando que cada projeto possui seu próprio ritmo de desenvolvimento. O filme é baseado nas experiências pessoais de Tsou, que cresceu em Taipei como uma menina canhota em uma cultura com expectativas rígidas para as mulheres. Os temas centrais do filme incluem família, identidade e as regras que moldam a infância.

A responsabilidade de retratar essa experiência levou Tsou a utilizar um iPhone 13 para filmar, não por escolha, mas por necessidade. O uso de um equipamento pequeno e discreto era essencial para filmar no movimentado mercado noturno de Taipei, onde câmeras grandes atraem atenção e dificultam a captação de imagens naturais. Tsou usou acessórios da Beastgrip que permitiram capturar tomadas em widescreen enquanto se misturava à multidão.

Apesar dos desafios, a produção foi feita com uma equipe pequena, focando em um estilo que prioriza a história. Tsou se inspirou no movimento Dogme 95, que defendia a simplicidade técnica para fortalecer a narrativa, e enfatizou a importância de se concentrar na história, independentemente do equipamento.

O som do filme também foi cuidadosamente trabalhado por Tsou, que trouxe músicas locais e sons ambientes do mercado noturno, refletindo a autenticidade da sua narrativa. Após a filmagem, Tsou editou o filme em Los Angeles com a ajuda de Sean Baker, que destacou-se pelo seu talento em identificar as melhores performances mesmo sem falar mandarim.

Com 25 anos de carreira, Tsou agora é reconhecida como uma artista e promove o cinema taiwanês em festivais pelo mundo. Ela expressou que o filme permitiu que ela se sentisse mais confiante em mostrar seu trabalho e representou uma mudança significativa em sua vida profissional.

A cineasta aconselhou novos realizadores a se conectarem com pessoas e formarem comunidades, e enfatizou que o essencial na realização cinematográfica é contar histórias significativas. Tsou ressaltou que tecnologias podem facilitar, mas o foco deve sempre ser no que se deseja expressar.

A dedicação e a abordagem inovadora de Tsou mostram que é possível criar obras impactantes de maneira simples, destacando o poder do cinema como uma forma de dar voz a histórias e experiências diversas.

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