terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Retrospectiva política 2025 com Lara Mesquita

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[email protected] 23 segundos atrás - 3 minutos de leitura

O ano de 2025 no Brasil foi marcado por diversas mudanças políticas. Nos primeiros meses, chegou a se falar no fim do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, com a redução nos preços dos alimentos e um aumento nas tarifas, sua popularidade começou a crescer novamente até meados do ano. Ao final de 2025, o cenário político era mais complicado.

Um aspecto positivo para Lula foi o anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro para as eleições de 2026, além da provável desistência do governador de São Paulo de se candidatar. Esses fatos foram interpretados como um bom sinal para o presidente. Contudo, a aprovação do Orçamento de 2026, que exigiu a implementação de muitas emendas no primeiro semestre, e o número recorde de vetos presidenciais derrubados apontam para desafios que Lula enfrentará no ano final de seu mandato.

O começo do ano foi difícil, marcado pela falta de aprovação da Lei Orçamentária Anual, o que limitou os gastos do governo e fez com que o foco se voltasse para as emendas parlamentares. A ausência de líderes do Congresso e do Judiciário no evento de 8 de janeiro foi um indicativo do clima tenso no país. Em fevereiro, a eleição de Hugo Motta como presidente da Câmara, com apoio de diversos partidos, mesmo sem ser a escolha preferida de Arthur Lira, foi um evento significativo, mas nesse período, a aprovação de Lula atingiu seu nível mais baixo.

Em março, houve a aprovação tardia do orçamento e mudanças na articulação política do governo, além da licença de Eduardo Bolsonaro para trabalhar nos Estados Unidos. No mês seguinte, a resistência de Pedro Lucas, do União Brasil, em assumir um ministério questionou a capacidade do governo de atrair aliados. Denúncias no INSS afetaram a cúpula dessa instituição no mesmo período.

Em maio, o governo publicou um decreto que elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas essa medida foi derrubada pela Câmara em junho, mês em que também foi aprovado o aumento no número de deputados. Em julho, Jair Bolsonaro passou a usar uma tornozeleira eletrônica, e o Supremo Tribunal Federal (STF) reverteu a decisão da Câmara sobre o decreto do IOF. Nessa época, Lula viu um aumento em sua aprovação e indicou que vetaria o aumento no número de deputados.

No segundo semestre, o foco se voltou para os processos judiciais envolvendo Jair Bolsonaro, os generais e outros envolvidos na tentativa de golpe, resultando em condenações e, eventualmente, na prisão domiciliar do ex-presidente. Ao mesmo tempo, o Congresso avançou em pautas importantes, como a PEC da Blindagem e mudanças na legislação ambiental, enquanto operações policiais recolocaram a segurança pública no centro das discussões.

Lula também conquistou vitórias, como a aprovação da isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5.000 mensais e a negociação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a reversão de tarifas impostas ao Brasil.

O ano terminou com tensões no STF, especialmente relacionadas ao Banco Master, e com um orçamento que restringe ainda mais os investimentos do governo. O anúncio de Flávio Bolsonaro como possível sucessor político gerou atritos com o Centrão e complicou os planos do governador de São Paulo.

A conclusão de 2025 revelou a fragilidade da presidência da Câmara e a situação delicada de alguns golpistas que tentam deixar o país. O verão promete ser um período de intensas articulações políticas em preparação para as candidaturas, tanto da situação quanto da oposição.

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