No último sábado, o Papa Leão 14 realizou uma visita à Mesquita Azul em Istambul, na Turquia. Durante a visita, ele tirou os sapatos como uma demonstração de respeito, mas não fez orações, o que é significativo, pois é sua primeira visita a um local de culto muçulmano desde que assumiu a liderança da Igreja Católica.
O Papa americano, que é a primeira figura do Vaticano a visitar um espaço muçulmano, se curvou antes de adentrar a mesquita. Acompanhado pelo imã e pelo mufti de Istambul, ele recebeu um tour pelo extenso complexo, que pode acomodar até 10 mil pessoas. Durante os 20 minutos de visita, o Papa caminhou de meias brancas e interagiu de forma descontraída com os guias, incluindo o muezim, responsável por convocar os fiéis para as orações.
Surpreendentemente, o Vaticano inicialmente divulgou um comunicado afirmando que o Papa havia orado na mesquita e foi recebido pelo líder da Diyanet, a organização religiosa estatal da Turquia. Porém, essa informação foi corrigida e descartada como um erro.
Após a visita, Askin Musa Tunca, muezim da mesquita, revelou que havia perguntado ao Papa se ele desejava rezar, mas o pontífice preferiu apenas conhecer o local.
A Mesquita Azul, oficialmente chamada de Mesquita Sultan Ahmed, foi construída sob o comando do sultão Ahmed 1º entre 1609 e 1616. O nome popular se deve à sua rica decoração em azulejos de cerâmica azul. O Papa Leão 14 permanecerá na Turquia até este domingo e inclui o Líbano em sua primeira viagem internacional, na qual está sendo cuidadosamente observado enquanto interage com pessoas fora da Itália, onde a comunidade católica é predominante.
Diferente de seus antecessores, Leão 14 não visitou a Hagia Sophia, que fica em frente à Mesquita Azul. A Hagia Sophia, um monumento importante para o cristianismo e a arquitetura bizantina, foi transformada em mesquita após a queda do Império Bizantino e, mais recentemente, em 2020, após ter sido museu durante mais de 70 anos. O Vaticano não fez comentários sobre a escolha do Papa de não visitar esse local.
Leão 14 escolheu a Turquia, predominantemente muçulmana, como seu primeiro destino para marcar os 1.700 anos de um concílio da Igreja primitiva, que resultou no Credo Niceno, um documento fundamental para a maioria dos cristãos. Em uma cerimônia realizada na sexta-feira, o Papa abordou a violência em nome da religião e pediu a união entre os cristãos, citando como preocupante a divisão entre os 2,6 bilhões de crentes ao redor do mundo.