sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Papa Leão 14 denuncia situação em Gaza durante missa de Natal

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[email protected] 20 segundos atrás - 3 minutos de leitura

O papa Leão 14 fez uma crítica ao que chamou de “absurdo dos discursos bélicos” durante sua primeira celebração de Natal como líder da Igreja Católica, realizada na última quinta-feira, na Praça São Pedro. Em sua tradicional bênção “Urbi et Orbi”, que se dirige à cidade de Roma e ao mundo, ele pediu que Rússia e Ucrânia busquem um diálogo sincero, direto e respeitoso para resolver o conflito. O papa também expressou sua preocupação com a situação dos palestinos na Faixa de Gaza, destacando as dificuldades enfrentadas por eles.

Leão 14 ressaltou que o nascimento de Jesus em um estábulo simboliza a presença de Deus entre a humanidade. Ele questionou como podemos ignorar as condições difíceis enfrentadas por pessoas em Gaza, que estão expostas à chuva e ao frio. O papa tem se manifestado sobre a situação dos palestinos em várias ocasiões, incluindo uma reunião com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, onde discutiram a necessidade de encontrar uma solução de dois Estados para o conflito.

Ainda que Israel e Hamas tenham estabelecido um cessar-fogo em outubro, a situação na Faixa de Gaza continua crítica. Relatórios de organizações internacionais indicam que os avanços na segurança alimentar na região são vulneráveis e que a fome ainda é uma preocupação latente.

Durante sua mensagem, Leão 14 também abordou a fragilidade das populações afetadas por conflitos ao redor do mundo. Ele mencionou o sofrimento causado pelas guerras e como isso impacta a juventude, que muitas vezes é forçada a lutar, percebendo a insanidade da violência em que se encontram envolvidos.

Além de comentar sobre o conflito da Rússia e Ucrânia, o papa citou guerras em outras regiões, como Sudão e Mianmar, pedindo o fim de todas as hostilidades e incentivando a busca pela paz e pela negociação. Ele pediu orações especiais para o povo ucraniano, desejando que o barulho das armas cesse e que as partes encontrem a coragem para dialogar com o apoio da comunidade internacional.

Leão 14 também expressou preocupação com a situação dos imigrantes e refugiados nas Américas, mas evitou mencionar nomes ou abordar questões políticas específicas, mesmo tendo criticado anteriormente as políticas de imigração do ex-presidente dos Estados Unidos.

Na Missa do Galo, realizada na noite de 24 de dezembro, o papa condenou a ganância do mundo moderno e afirmou que recusar ajuda aos necessitados é, de certa forma, rejeitar Deus. Ele fez um apelo para que os líderes da América Latina busquem o diálogo em vez da exclusão ideológica, enfatizando a importância de trabalhar pelo bem comum diante dos muitos desafios enfrentados na região.

Antes de se tornar papa, Leão 14 era cardeal e chefiou o Dicastério para os Bispos e, mais recentemente, a Comissão Pontifícia para a América Latina. No início deste mês, ele tinha destacado a importância do diálogo em relação à Venezuela, argumentando contra intervenções militares.

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