terça-feira, 04 de novembro de 2025

Morre Dick Cheney, vice-presidente influente de George W. Bush

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[email protected] 9 horas atrás - 3 minutos de leitura

Dick Cheney, que foi o vice-presidente mais influente dos Estados Unidos e um dos principais arquitetos da chamada “guerra ao terror”, faleceu aos 84 anos. A informação foi confirmada pela família, que indicou que Cheney morreu devido a complicações de pneumonia e doenças cardíacas. Ele estava rodeado pela esposa Lynne, com quem foi casado por 61 anos, e suas filhas, Liz e Mary.

Os familiares descreveram Cheney como um homem que ensinou aos filhos e netos a amar o país e a viver com coragem, honra e bondade. Eles expressaram gratidão por tudo o que ele fez pela nação e por terem tido a chance de amá-lo e ser amados por ele.

Cheney atuou como o 46º vice-presidente dos Estados Unidos, acompanhando o presidente George W. Bush durante dois mandatos, de 2001 a 2009. Ele foi uma figura influente e polarizadora em Washington por várias décadas. Nos últimos anos, no entanto, Cheney se distanciou de seu partido, o Partido Republicano, ao criticar abertamente o ex-presidente Donald Trump, a quem chamou de “covarde” e uma grande ameaça à república.

Em um ato surpreendente, Cheney votou em 2024 em Kamala Harris, uma democrata e atual vice-presidente, o que demonstra como sua visão conservadora tradicional divergiu das novas correntes do partido.

Cheney enfrentou problemas de saúde ao longo da vida, tendo várias crises cardíacas que culminaram em um transplante em 2012. Ele, que foi deputado, chefe de gabinete da Casa Branca e secretário de Defesa, teve um papel importante em escolher o vice-presidente quando Bush buscava um candidato para a chapa.

Durante o governo Bush, Cheney foi uma figura central na resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Ele estava na Casa Branca quando o desastre aconteceu e, após o ataque, se comprometeu a usar a força militar para proteger os Estados Unidos, adotando uma doutrina que promovia mudanças de regime e guerras preventivas no Oriente Médio.

Ele foi um defensor da invasão do Iraque em 2003, alegando que o país possuía armas de destruição em massa e tinha laços com grupos terroristas. Investigações posteriores revelaram que muitos dos argumentos utilizados para justificar a guerra eram imprecisos ou exagerados.

Cheney esteve no centro de várias controvérsias, incluindo o uso de métodos de interrogatório controversos e a detenção de terroristas sem julgamento. Apesar das críticas, ele sempre defendeu suas decisões, afirmando que eram necessárias para a segurança dos Estados Unidos.

Ao longo de sua vida política, Cheney foi visto como um símbolo dos excessos da luta contra o terrorismo. Ele deixou o cargo com uma aprovação muito baixa e, apesar das polêmicas, nunca demonstrou arrependimento por suas escolhas.

Recentemente, Cheney se tornou um crítico feroz de Trump e, em um esforço para defender a democracia, chegou a apoiar candidatos democratas. Cheney nasceu em Lincoln, Nebraska, e teve uma trajetória marcada por desafios pessoais e profissionais, superando dificuldades e se tornando uma figura influente na política americana.

Ele é sobrevivido por sua esposa Lynne, suas filhas Liz e Mary e sete netos.

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