A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu para 0,18% em novembro, após uma taxa de 0,09% em outubro. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da alta em relação ao mês anterior, essa taxa é a menor registrada para novembro desde 2018. A variação de 0,18% ficou ligeiramente abaixo da expectativa do mercado financeiro, que previa 0,19%. As projeções variavam entre 0,16% e 0,26%.
Analisando o acumulado de 12 meses, a inflação desacelerou para 4,46% até novembro, em comparação com 4,68% até outubro. Esse resultado leva o índice a ficar abaixo do teto de 4,5% da meta estabelecida pelo Banco Central (BC), algo que não acontecia desde setembro de 2024.
A divulgação do IPCA de novembro ocorreu no mesmo dia da última reunião do BC em 2025, que visa definir a taxa básica de juros, a Selic. Desde setembro de 2024, o BC iniciou um ciclo de aumento nas taxas de juros para combater a inflação, elevando a Selic para 15% ao ano, nível que se manteve desde junho desse ano.
Com a inflação mais controlada no acumulado anual, membros do governo Lula e representantes do setor empresarial têm pressionado por uma redução na taxa de juros. No entanto, analistas esperam que a Selic permaneça em 15% na reunião de hoje.
Ao aumentar a taxa de juros, o BC pretende desestimular a demanda por bens e serviços, visto que crédito mais caro tende a reduzir a pressão sobre os preços. Contudo, essa estratégia pode desacelerar a economia, um problema que já vem sendo notado no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e que pode gerar dificuldades para o governo antes das eleições de 2026.
Em 2025, o BC passou a adotar uma nova abordagem na busca pela meta de inflação, abandonando o ciclo anual tradicional. Agora, considera-se que a meta não é cumprida quando o IPCA se mantém fora do intervalo de tolerância — que varia de 1,5% a 4,5% — por seis meses consecutivos. O alvo central é de 3%.
O IPCA ultrapassou a meta contínua pela primeira vez em junho, mas com a inflação abaixo de 4,5% até novembro, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, não precisará apresentar uma nova carta explicando a situação. Em declaração recente, Galípolo reiterou que a instituição deve focar em atingir o centro da meta de 3%, e não o teto de 4,5%.
Por fim, as projeções do mercado financeiro para o IPCA acumulado em 12 meses de 2025 recuaram para 4,40%, de acordo com os dados do boletim Focus publicado pelo BC, antes da divulgação dos novos dados.