segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Documento do Banco Central auxilia Vorcaro na liberdade

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[email protected] 2 semanas atrás - 3 minutos de leitura

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidiu libertar Fabio Vorcaro, proprietário do Banco Master. A decisão foi tomada pela desembargadora Solange Salgado, após os advogados de Vorcaro apresentarem um documento do Banco Central que mostrou a sua participação em uma reunião com o diretor de fiscalização do BC, Aílton de Aquino Santos, e o chefe do departamento de supervisão bancária, Belline Santana. Esta reunião ocorreu no dia 17 do mês passado, poucas horas antes de Vorcaro ser preso pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele tentava embarcar em um jato particular com destino a Malta.

Conforme consta no documento, Vorcaro tinha informado ao Banco Central sobre sua viagem a Dubai, nos Emirados Árabes, para participar de um encontro com investidores estrangeiros. O ofício foi assinado por Paulo Sérgio Neves de Souza, do departamento de supervisão bancária, que também participou da reunião. Portanto, a defesa de Vorcaro argumentou que ele não estava tentando fugir, mas sim cumprindo uma agenda previamente informada.

Entretanto, o Banco Central esclareceu que não havia recebido qualquer comunicação escrita ou formal sobre a viagem, apenas uma troca de informações verbal durante a videoconferência. A defesa insistiu em esclarecer que a viagem tinha como objetivo finalizar a negociação com os investidores árabes.

Durante a reunião, que teve início às 13h30 e terminou às 14h10, Vorcaro apresentou detalhes sobre a situação financeira crítica do Banco Master. Ele afirmou estar em tratativas com a Mastercard Brasil para liberar recursos que estavam bloqueados e mencionou um plano para vender a instituição em três partes para diferentes investidores.

A desembargadora Solange Salgado destacou em sua decisão que a comunicação prévia da viagem ao BC demonstrava que os riscos de fuga poderiam ser controlados com medidas menos severas do que a prisão. Assim, a liberdade de Vorcaro foi condicionada a medidas como o uso de tornozeleira eletrônica, a retenção de seu passaporte e a proibição de contato com outras pessoas investigadas.

Além disso, o ofício do Banco Central menciona que Vorcaro estava trabalhando para firmar um contrato de venda do Banco Master e que ele esperava divulgar informações sobre a venda até o final do dia 17. As investigações sobre o Banco Master incluíram acusações de que a instituição teria fabricado contratos para justificar um desvio de mais de R$ 12 bilhões.

A Operação Compliance Zero, que levou à prisão de Vorcaro e outros seis executivos, levantou questões sobre uma pressão política sem precedentes em favor do Banco Master, com tentativas de aprovar a venda ao BRB, que havia sido vetada pelo BC anteriormente. A defesa de Vorcaro solicitou ao Banco Central informações sobre a reunião, já que esses detalhes não são normalmente disponibilizados ao público.

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