terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Chile: Kast vence e país retoma governo de direita

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[email protected] 19 horas atrás - 3 minutos de leitura

No último domingo, 14 de outubro, José Antonio Kast, ex-deputado do Partido Republicano, foi eleito presidente do Chile. Ele obteve 58,1% dos votos válidos, derrotando a candidata do Partido Comunista, Jeannette Jara, que ficou com 41,8%. A participação nas eleições foi alta, alcançando 85%.

Kast, que assume a presidência no próximo ano, se torna o líder mais conservador do país desde a ditadura de Augusto Pinochet, que durou de 1973 a 1990. Esta foi a terceira tentativa de Kast para a presidência. Durante a campanha, ele focou em questões de segurança pública e imigração, temas que foram decisivos para sua vitória. O Chile, apesar de ter uma taxa de homicídios relativamente baixa, é bastante sensível à criminalidade.

Ambos os candidatos se comprometeram a proteger as fronteiras e regular a imigração, especialmente de venezuelanos, e a combater o crime organizado. No entanto, Kast se destacou por suas propostas mais rigorosas, que incluíam a possibilidade de expulsões em massa de imigrantes e restrições ao acesso a serviços públicos para aqueles em situação irregular. Embora tenha moderado seu discurso em comparação com eleições passadas, Kast ainda se distanciou de temas como direitos humanos e casamento igualitário.

A vitória de Kast é um marco importante, não só por ser um retorno a uma presidência mais conservadora, mas também por representar um respiro diferente no cenário político chileno após os tumultos sociais de 2019, que resultaram na eleição do esquerdista Gabriel Boric e nas tentativas de elaboração de uma nova Constituição.

No discurso de agradecimento, Kast expressou que sua vitória é um triunfo do “Chile que trabalha” e enfatizou a necessidade de um governo colaborativo. Ele fez questão de reconhecer a coragem de Jeannette Jara, pedindo que seus apoiadores respeitassem a candidata derrotada.

Jara, ao admitir a derrota, parabenizou Kast e reafirmou seu compromisso com as questões sociais do país. O atual presidente, Gabriel Boric, também se manifestou, reconhecendo a vitória de Kast e se colocando à disposição para uma transição tranquila.

O dia da votação foi marcado por frio e chuvas em várias regiões do Chile, mas ocorreu sem maiores incidentes. Kast votou pela manhã e, em meio a elogios aos valores da democracia, destacou que quem ganha deve governar para todos.

Jeannette Jara votou à tarde, refletindo sobre os desafios que enfrentou durante a campanha. O ex-presidente Gabriel Boric, por sua vez, minimizou a ideia de que sua gestão influenciaria os resultados eleitorais, insistindo que a escolha era sobre o futuro do Chile.

A eleição também foi marcada pelas opiniões de Franco Parisi, um candidato que não apoiou nenhum dos dois no segundo turno. Parisi criticou a escolha dos eleitores, referindo-se às opções como a pior possível.

Quase 15 milhões de cidadãos estavam aptos a votar, e as faltas sem justificativa podem resultar em multas consideráveis. Kast tomará posse no dia 11 de março e enfrentará um Legislativo que, embora favoreça a direita, não possui uma maioria absoluta. A direita e a ultradireita ficaram a duas cadeiras da maioria na Câmara e empatadas no Senado com os partidos de centro-esquerda.

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