terça-feira, 04 de novembro de 2025

Centro de Câncer Sylvester e UM Engenharia unem forças em descoberta sobre câncer de pâncreas

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[email protected] 13 horas atrás - 3 minutos de leitura

Um grupo de cientistas e engenheiros do Sylvester Comprehensive Cancer Center, parte da Universidade de Miami, revelou uma nova abordagem para tratar o câncer pancreático, utilizando nanopartículas magnetoelétricas, conhecidas como MENPs. Este método é minimamente invasivo e promete uma alternativa mais segura para os pacientes.

As nanopartículas foram desenvolvidas em colaboração com o Moffitt Cancer Center e a Cellular Nanomed, sob a supervisão do professor Sakhrat Khizroev. O estudo, que foi publicado em uma revista científica, demonstrou como essas partículas podem ser guiadas por campos magnéticos para atingir tumores pancreáticos e destruí-los. Além disso, a tecnologia permite a obtenção de imagens em tempo real, facilitando o acompanhamento do tratamento.

Os pesquisadores utilizaram um scanner de ressonância magnética (MRI) para ativar as MENPs, que são capazes de gerar campos elétricos locais. Esses campos ajudam a distinguir células saudáveis de células cancerosas, levando apenas as células malignas à morte programada, um processo conhecido como apoptose.

Dr. John Michael Bryant, um dos autores do estudo, destacou que esta técnica representa um avanço significativo na oncologia, pois combina tratamento e visualização em tempo real. Ele acredita que isso abrirá novas possibilidades na medicina, permitindo uma abordagem mais precisa para doenças antes consideradas incuráveis.

O tratamento oferece várias vantagens. Os resultados mostraram uma redução no tamanho dos tumores observada nas imagens de ressonância magnética, confirmando o potencial das MENPs como uma ferramenta poderosa na medicina. Essa técnica evita o uso de medicamentos tradicionais, minimizando os efeitos colaterais e podendo ser aplicada também em outras doenças difíceis de tratar.

Apesar dos avanços na abordagem do câncer, o câncer pancreático, conhecido como adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC), ainda é um dos mais letais, com uma taxa de sobrevivência a cinco anos inferior a 10%. Espera-se que este tipo de câncer se torne a segunda maior causa de morte relacionada ao câncer nos Estados Unidos até 2030. Métodos tradicionais, como cirurgia e quimioterapia, muitas vezes danificam o tecido saudável.

Um dos principais desafios na luta contra o PDAC é controlar os campos elétricos que influenciam o crescimento das células cancerosas, uma vez que o tecido humano conduz eletricidade, tornando a manipulação precisa desses campos interna ao corpo uma tarefa difícil.

Embora a pesquisa tenha sido realizada em modelos pré-clínicos, os cientistas acreditam que as descobertas abrem caminho para futuros testes clínicos e uma nova era na nanomedicina wireless. A ideia de utilizar MENPs para o controle eletrônico sem fio foi proposta pela primeira vez em 2011. Desde então, a pesquisa avança através de colaborações internacionais, resultando nos resultados positivos obtidos neste estudo.

A Universidade de Miami e o Moffitt Cancer Center trabalharam juntos para transformar essa ideia inovadora em sucesso pré-clínico, com a contribuição de vários alunos de doutorado da universidade.

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