A ex-BBB Paulinha Leite, conhecida por sua presença nas redes sociais, se envolveu em uma disputa judicial com a Caixa Econômica Federal (CEF) devido às suas atividades na plataforma “Unindo Sonhos”, que organiza bolões de loteria. A Caixa alega que a empresa está explorando serviços de loteria de maneira irregular, atividade que deveria ser exclusiva da própria instituição ou de seus representantes autorizados. Essa ação começou em abril de 2022.
De acordo com a Caixa, a “Unindo Sonhos” está comercializando bolões e intermediando apostas em jogos da Loteria Federal com fins lucrativos, fora da rede de permissionários, caracterizando uma exploração indevida de um serviço público regulamentado. Em contrapartida, Paulinha defende que sua plataforma opera apenas como intermediadora, seguindo contratos legais e realizando as apostas diretamente em casas lotéricas autorizadas.
A situação ganhou destaque em 2025, quando a “Unindo Sonhos” acertou um prêmio da Mega da Virada, o que trouxe ainda mais atenção sobre a empresa e ampliou o conflito jurídico com a Caixa. Em suas redes sociais, a plataforma afirma que, ao longo de quatro anos de atividade, já distribuiu mais de R$ 32 milhões entre apostadores.
Em agosto de 2025, a 1ª Vara Federal Cível de Roraima decidiu a favor da Caixa, determinando que a “Unindo Sonhos” deveria parar de divulgar e intermediar apostas lotéricas, incluindo aquelas feitas via internet e redes sociais. Além disso, a sentença determinou a remoção de conteúdos relacionados e a proibição do uso de marcas da Caixa. O juiz argumentou que as práticas da empresa iam além da mera intermediação e configuravam uma exploração econômica inapropriada, colocando em risco a fé pública e a arrecadação social.
No entanto, a decisão foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). O relator do caso, desembargador Newton Ramos, permitiu a continuidade das atividades da empresa até que a apelação seja julgada. Apesar do recurso da Caixa, a 11ª Turma do TRF-1 decidiu, por unanimidade, manter a suspensão da sentença anterior.
O desembargador justificou que havia indícios de que as atividades da “Unindo Sonhos” poderiam ser legítimas, baseando-se em documentos técnicos e administrativos que sinalizavam a existência de um vácuo regulatório. Ele também destacou a possibilidade de prejuízos à empresa se suas operações fossem paralisadas.
Para garantir proteção à fé pública, o relator impôs condições, como a proibição do uso das marcas da Caixa e a necessidade de informar claramente os usuários sobre a falta de vínculo oficial com a instituição.
Em um comunicado nas redes sociais, Paulinha Leite se manifestou sobre o processo judicial, afirmando que as atividades da “Unindo Sonhos” são legais e destacando que a plataforma visa facilitar o acesso das pessoas às apostas, evitando que tenham que enfrentar filas em lotéricas. Ela também compartilhou que sua jornada com apostas começou de forma informal, a partir de interações com seus seguidores, onde dava dicas de números para a loteria. Paulinha enfatizou que, embora suas recomendações sejam apenas sugestões, muitos apostadores seguem suas dicas na esperança de acertar os números sorteados.