quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Havaianas lotadas: lojas mantêm movimento mesmo com boicote

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[email protected] 1 hora atrás - 2 minutos de leitura

Políticos de direita convocaram um boicote às Havaianas devido a uma campanha publicitária estrelada pela atriz Fernanda Torres. No entanto, o movimento não teve impacto nas vendas da marca nas lojas de São Paulo. Em visitas a cinco estabelecimentos na capital, os gerentes relataram que o movimento de clientes estava normal, com algumas lojas cheias e fila na porta, sobretudo por conta das compras de Natal. Não houve protestos ou orientações específicas da empresa aos funcionários sobre a situação.

As lojas também apresentaram movimento similar na cidade do Rio de Janeiro, conforme demonstram fotos de agências de notícias. A campanha discutida apresenta Fernanda afirmando que não se deve começar 2026 “com o pé direito”, mas “com os dois pés”, uma mensagem que gerou repercussão.

Entre os clientes ouvidos, metade afirmou não ter visto o comercial. Entre os que assistiram, a maioria não se incomodou, embora alguns expressassem críticas. Um aposentado, Giácomo Bianchini, de 72 anos e autodeclarado bolsonarista, disse que não gostou da publicidade, mas comprou o produto, que era um presente para seu filho. Em sua busca, ele tentou encontrar sandálias da Ipanema, mas acabou comprando Havaianas.

Figuras políticas como o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira criticaram a propaganda, sugerindo que ela tem uma suposta conotação ideológica. A controvérsia gerou também repercussões no mercado financeiro, fazendo com que a Alpargatas, empresa responsável pela marca, registrasse uma queda na bolsa.

Em Brusque, Santa Catarina, uma loja vendeu rapidamente seu estoque de Havaianas a R$ 1, impulsionada pelo boicote nas redes sociais. Alguns consumidores, como o empresário João Soares, de 64 anos, manifestaram sua desaprovação à campanha e afirmaram que não comprariam mais os produtos da marca. Por outro lado, a aposentada Zuleica Maranhão, de 69 anos, considera a discussão em torno da campanha uma bobagem e ressaltou que sempre existiram interpretações sobre o início do ano, independentemente do contexto político.

Clientes destacaram que a qualidade dos chinelos ainda é uma prioridade na hora da compra. O bancário Diego Silva, de 36 anos, enfatizou que seu foco era comprar um chinelo para seu filho, reforçando que o produto está acima da polêmica gerada pela campanha publicitária.

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