sábado, 13 de dezembro de 2025

Comentarista defende repressão em debate atual

redacao@folhaum.com
[email protected] 2 dias atrás - 3 minutos de leitura

Nos últimos anos, muitos brasileiros têm se perguntado como o bolsonarismo, um movimento político com características de desonestidade e violência, conseguiu ganhar força no país. Essa questão não se limita apenas à figura de Jair Bolsonaro, mas envolve também seus familiares, apoiadores e instituições que, em teoria, deveriam proteger a democracia.

Grupos influentes, que esperavam garantir a estabilidade democrática, foram coniventes com o avanço do autoritarismo. Em vez de resistirem, muitos aceitaram ideias e atitudes extremas de Bolsonaro para barrar o retorno do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder. Com isso, idealizaram a figura do Bolsonaro, acreditando que poderiam controlá-lo e, eventualmente, substituí-lo por alguém mais alinhado com os interesses do mercado.

A imprensa desempenhou um papel crucial nesse cenário. Muitos veículos, incluindo alguns dos mais respeitados, hesitaram em rotular Bolsonaro como político de extrema direita e, ao invés disso, amplificaram suas declarações, mesmo quando eram confusas ou ofensivas. A cobertura tendenciosa fez com que mentiras se tornassem comuns, contribuindo para a banalização das discussões políticas.

Como resultado dessa conivência, o Brasil enfrentou momentos críticos, incluindo tentativas de golpe de Estado. Apesar de todos os problemas e crises vividos nos últimos anos, ainda há sinais de que práticas prejudiciais à democracia continuam a prevalecer, especialmente na mídia.

Um exemplo dessa situação foi a postura do comentarista Joel Pinheiro, da GloboNews, em relação ao tratamento do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Durante uma votação tumultuada na Câmara, onde Braga protestava contra a ameaça de cassação de seu mandato, o presidente da Casa, Hugo Motta, autorizou a violência policial para retirá-lo do local. A ação de Motta foi criticada por muitos, mas Pinheiro a apoiou, pedindo uma “tolerância zero” para quem se opusesse a tal ordem.

Embora tenha admitido que Motta foi permissivo com deputados de extrema direita em ocasiões anteriores, Pinheiro considerou sua decisão atual correta. Na mesma discussão, Fernando Gabeira, colega de programa, lembrou que a política deve priorizar o diálogo, em vez de repressão.

Joel Pinheiro, além de justificar a cassação de Glauber, chegou a deslegitimar sua greve de fome como um ato autoritário. Em contraste, outro comentarista, Demétrio Magnoli, embora não simpatizando com Glauber, reconheceu que a perseguição contra ele não se justificava.

As opiniões de Pinheiro não são novidade. Ele tem um histórico de declarações polêmicas, como sua defesa do comércio de órgãos para transplantes e a sugestão de um “bolsonarismo moderado”, reforçando a ideia de que, no debate público, não apenas figuras mais agressivas promovem ações antidemocráticas. Em suma, mesmo pessoas que não têm uma imagem agressiva podem contribuir para a intolerância e a truculência na política.

Receba conteúdos e promoções